Saúde da Mulher

A saúde feminina refere-se ao bem-estar físico, mental, emocional e social das mulheres, ao longo das suas vidas. Abrange uma grande variedade de problemas de saúde femininos, incluindo de saúde reprodutiva, gravidez e parto, a menopausa e doenças femininas. 


A saúde feminina também é influenciada por vários fatores sociais e ambientais, como o acesso à saúde, educação, oportunidades de emprego, normas culturais e expectativas sociais.


De um modo geral, empenhamo-nos em dar às mulheres o poder de assumir o controlo da sua saúde reprodutiva e sexual e em ajudá-las a tomar decisões conscientes em relação às suas opções de contraceção.


Pílulas Anticoncecionais

Os contracetivos são utilizados para prevenir a gravidez e permitem que caiba a si decidir quando e quantas vezes quer engravidar. 


Os métodos mais comuns incluem contracetivos hormonais como a pílula, o anel vaginal e o adesivo contracetivo, bem como métodos contracetivos de longa duração (LARC) como o implante hormonal e o dispositivo intrauterino (DIU). Estes métodos impedem a ovulação, ao alterar a consistência do muco cervical, para dificultar a penetração do espermatozoide, e ao afetar o revestimento interno do útero, para evitar a implantação de um óvulo fertilizado. 


Para além dos métodos hormonais, existem métodos de barreira como preservativos, diafragmas e o DIU de cobre, que utilizam barreiras físicas ou químicas para prevenir a fertilização.


Para além de prevenir a gravidez, os contracetivos hormonais também podem ter benefícios terapêuticos, como a regulação do ciclo menstrual, o alívio dos sintomas da tensão pré-menstrual (TPM) e o tratamento do acne ou da endometriose. 


A escolha de um contracetivo adequado depende de vários fatores, tais como o estado de saúde, estilo de vida, preferências pessoais e a presença de certos fatores de risco. É essencial que haja um aconselhamento especializado de um ginecologista na escolha do contracetivo que melhor satisfaz as suas necessidades individuais e requisitos de saúde.


Remoção de Pelos Faciais

O hirsutismo é uma das doenças femininas mais comuns, na qual as mulheres desenvolvem um padrão masculino de pelos corporais e faciais. Isto pode dever-se à produção excessiva de androgénios (hormonas masculinas) ou a um aumento da sensibilidade dos folículos pilosos a estas hormonas. As causas comuns do hirsutismo incluem a síndrome do ovário poliquístico (SOP), a hiperplasia congénita da suprarrenal, certos medicamentos e, com menos frequência, tumores que produzem androgénios. 


Além do aumento do crescimento dos pelos, os sintomas também podem incluir acne, voz mais grave, aumento da massa muscular e alterações na menstruação.


O tratamento do hirsutismo depende da causa subjacente. As terapias hormonais como os contracetivos orais, que diminuem os níveis de androgénios, e os antiandrogénios podem abrandar o crescimento dos pelos e melhorar outros sintomas. Além disso, podem ser usados métodos de remoção de pelos como a depilação a laser, eletrólise ou cremes medicamentosos, para tratar o aspeto cosmético. 


É importante receber um aconselhamento e tratamento individuais de especialistas, para encontrar a melhor opção de tratamento para a respetiva situação e para reduzir o impacto psicológico que pode acompanhar a doença.


Saúde da mama

No campo da saúde feminina, os exames mamários regulares são cruciais para a deteção precoce do cancro da mama, que pode ser tratado com muito mais sucesso numa fase inicial. 


A partir dos 20 anos, recomenda-se que as mulheres realizem um autoexame mensal da mama, para reconhecer alterações como nódulos ou alterações na pele numa fase inicial. O autoexame deve ser realizado visualmente, em frente ao espelho, e por palpação, com as pontas dos dedos, para examinar minuciosamente o tecido mamário.


Outro método importante para a deteção precoce do cancro da mama é a mamografia, um exame específico de raio X da mama. Este exame é recomendado a mulheres com mais de 50 anos, a cada dois anos, e pode detetar cancro da mama antes de se poder detetá-lo por palpação. Para mulheres com risco acrescido, podem ser necessárias medidas de deteção precoce personalizadas.


Resumindo, a combinação do autoexame e da mamografia é uma estratégia eficaz para a deteção precoce do cancro da mama. As mulheres devem falar com seu médico sobre o seu risco individual e a altura apropriada para efetuar o rasteio, para obter os melhores resultados.

Doenças ginecológicas

As doenças ginecológicas afetam os órgãos reprodutores femininos e podem causar uma variedade de sintomas que prejudicam significativamente a qualidade de vida. 


As doenças ginecológicas comuns incluem a endometriose, a síndrome do ovário poliquístico (SOP) e fibromas uterinos. 


A endometriose é uma doença dolorosa, na qual um tecido semelhante ao revestimento interno do útero cresce fora do útero, normalmente nos ovários, nas trompas de Falópio e na bacia, o que pode causar dores intensas, especialmente durante a menstruação, bem como a infertilidade. 


A SOP é um distúrbio hormonal caracterizado por ciclos menstruais irregulares, crescimento excessivo de pelos, acne e quistos nos ovários.


Os fibromas uterinos são tumores benignos na parede do útero e podem causar sintomas como períodos dolorosos ou com um fluxo intenso, dor pélvica e dificuldade em engravidar.


Estas doenças ginecológicas são diagnosticadas através de uma combinação de historial médico, exames físicos, ecografias e, caso necessário, outros procedimentos imagiológicos ou laparoscopia, particularmente no caso da endometriose. As análises hormonais ao sangue também são importantes para o diagnóstico da SOP. 


O tratamento depende da doença específica, da gravidade dos sintomas e do desejo da mulher de ter filhos. Os tratamentos hormonais, incluindo os contracetivos orais, podem ser utilizados para a endometriose e a SOP, para controlar os sintomas, enquanto a medicação, cirurgia ou técnicas minimamente invasivas, como a embolização das artérias uterinas, podem ser usadas nos fibromas, dependendo do seu tamanho e localização.


Para além do tratamento médico, as alterações ao estilo de vida também desempenham um papel importante na gestão de doenças ginecológicas. O exercício físico regular, uma dieta saudável e um peso corporal ideal podem melhorar os sintomas, especialmente na SOP. As mulheres afetadas devem colaborar com o seu ginecologista, para criar um plano de tratamento personalizado que não só trate os sintomas físicos, mas também promova a saúde mental e o bem-estar geral.

Alterações hormonais ao longo da vida

As alterações hormonais desempenham um papel central na vida da mulher e influenciam a saúde feminina em diferentes fases da vida como, por exemplo, durante o ciclo menstrual, a gravidez e a menopausa. 


Durante o ciclo menstrual, as mulheres sofrem oscilações nos níveis hormonais de estrogénio e progesterona, o quais regulam o ciclo. Estas oscilações podem causar uma variedade de sintomas físicos e emocionais, como alterações de humor, dores abdominais e sensibilidade mamária. O ciclo está dividido em duas fases: a fase folicular, que começa no primeiro dia da menstruação e na qual os folículos do óvulo amadurecem, e a fase lútea que se segue à ovulação, na qual o revestimento interno do útero se prepara para uma possível gravidez. Se não ocorrer uma implantação, a queda dos níveis de estrogénio e progesterona causa a menstruação.


Durante a gravidez, uma mulher sofre alterações hormonais significativas, que são necessárias para apoiar a gravidez e preparar o corpo para o parto. As concentrações de hormonas como a gonadotrofina coriónica humana (hCG), o estrogénio e a progesterona aumentam acentuadamente. Estas alterações não só promovem o crescimento do feto, mas também podem causar náusea, micção frequente, alterações de humor e alterações na pigmentação da pele. As alterações hormonais também contribuem para o desenvolvimento das glândulas mamárias para a amamentação.


A menopausa marca o fim da idade reprodutiva da mulher e caracteriza-se por um declínio na produção hormonal, particularmente de estrogénio e progesterona. Este declínio causa alterações como ciclos menstruais irregulares, que, eventualmente, acabam de vez, afrontamentos, suores noturnos, alterações de humor e, a longo prazo, um aumento do risco de osteoporose e doenças cardiovasculares. 


A perimenopausa, o período antes da menopausa, normalmente, começa por volta dos 50 anos e a mulher pode demorar vários anos até chegar à pós-menopausa, quando os sintomas diminuem gradualmente. 


A terapia de reposição hormonal e as mudanças no estilo de vida podem ajudar a aliviar os sintomas e reduzir o risco de doenças crónicas.

Cancros específicos das mulheres

Os cancros específicos das mulheres são aqueles que afetam principalmente os órgãos reprodutores femininos, como o cancro do colo do útero, o cancro do corpo do útero, o cancro do ovário, o cancro da vulva e, mais raramente, o cancro da vagina.


O cancro do colo do útero desenvolve-se nas células do colo (a parte inferior) do útero, que é a extremidade superior da vagina. Um fator de risco importante para o cancro do colo do útero é a infeção de certas variantes do vírus do papiloma humano (HPV), um vírus sexualmente transmissível. Os exames de rastreio regulares, como o teste de Papanicolau, em que são recolhidas e examinadas células do colo do útero para detetar alterações, e a vacinação contra o HPV podem reduzir significativamente o risco de desenvolver cancro do colo do útero.


O cancro do corpo do útero desenvolve-se no revestimento interior do útero e, geralmente, só ocorre após os 50 anos de idade, mas também se pode desenvolver entre os 30 e os 40 anos de idade. É caracterizado por distúrbios hemorrágicos e hemorragias que surgem muito depois do último período.


O cancro do ovário, que começa nos ovários, é mais difícil de detetar cedo, devido aos seus sintomas geralmente pouco específicos, como a sensação de inchaço, dor abdominal e micção frequente, o que ressalta a importância da consciencialização dos sintomas e exames ginecológicos regulares.


Para prevenir estes e outros cancros específicos das mulheres, tanto a consciência dos próprios riscos de saúde como as medidas preventivas têm um papel decisivo. Estas incluem consultas de rotina regulares, a vacinação contra o HPV para prevenir o cancro do colo do útero, um estilo de vida saudável com uma dieta equilibrada e exercício regular, bem como a evitação de fatores de risco como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. Uma deteção precoce e as medidas preventivas podem melhorar as probabilidades de sobrevivência e são fundamentais para a luta contra os cancros específicos das mulheres.

Gravidez e parto

Os cuidados durante a gravidez e o parto são extremamente importantes para a saúde feminina.


Os cuidados preventivos regulares são importantes durante a gravidez. Os médicos verificam a saúde da mãe e da criança, dão dicas sobre nutrição e exercício físico e procuram sinais de complicações como a hipertensão arterial ou a diabetes gestacional. O objetivo é manter a mãe e a criança saudáveis e reconhecer quaisquer problemas numa fase inicial.


Dependendo do estado de saúde e vontade da mãe, o nascimento pode ser vaginal ou por cesariana. Também é possível fazer um parto na água. 


Após o nascimento, toda a atenção é focada na recuperação da mãe e nos cuidados ao recém-nascido. Isto pode ser cansativo, especialmente devido à falta de sono e às novas responsabilidades.


A amamentação é boa para o bebé, porque fortalece o laço com a sua mãe e protege-o contra doenças. Também ajuda a mãe a perder peso mais rapidamente e a reduzir o risco de certas doenças. As parteiras e os especialistas em amamentação dão apoio às mães, para garantir que a amamentação corre bem e que a primeira mamada é agradável.

Saúde mental

A saúde feminina inclui não só a condição física, mas também o bem-estar psicológico. Os problemas de saúde mental das mulheres podem ser vários, mas os mais comuns são a depressão, os transtornos de ansiedade, os transtornos alimentares e a depressão pós-parto. 


A depressão caracteriza-se por uma sensação de tristeza persistente, perda de interesse e falta de energia, enquanto as perturbações de ansiedade caracterizam-se por preocupações e medos excessivos que interferem com a vida quotidiana. 


As perturbações alimentares, como a anorexia e a bulimia, afetam o comportamento alimentar e a imagem corporal, com um medo constante de ganhar peso e a predominância de uma autoimagem distorcida. 


A depressão pós-parto ocorre após o parto e pode incluir sintomas como uma tristeza profunda, indiferença ao bebé e ansiedade que vão para além das emoções normais que se seguem ao parto.


Muitas vezes, para lidar com estes problemas de saúde mental, é necessária uma combinação de tratamentos, como a terapia conversacional, terapia comportamental ou medicação. O apoio da família e amigos também é importante, bem como a ajuda profissional de psicólogos, psiquiatras ou terapeutas especializados. Um aconselhamento nutricional pode ser útil em casos de distúrbios alimentares. Para mulheres que sofrem de depressão pós-parto, para além do tratamento médico, os cuidados pessoais e o desenvolvimento de uma rede de apoio são cruciais. 


Uma intervenção precoce e um diálogo aberto sobre os problemas de saúde mental podem tornar o caminho para a recuperação muito mais fácil e melhorar a qualidade de vida.

O que torna uma mulher saudável?

Uma mulher saudável caracteriza-se não só pela ausência de doenças, mas também por um equilíbrio entre saúde física, mental e emocional. 


Além disso, é essencial que haja uma autoimagem positiva, contatos sociais e acesso a cuidados médicos e a apoio psicológico, quando necessário. 


Por isso, a saúde é um estado de bem-estar geral que permite à mulher ter uma vida ativa e gratificante.

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