O álcool causa impotência?
Para muitas pessoas, beber álcool em eventos sociais é, simplesmente, parte da experiência, para relaxar e porque sabe bem.
No entanto, está provado que o álcool pode causar impotência masculina. As disfunções sexuais mais comuns relatadas em alcoólatras são disfunção erétil, diminuição do desejo sexual, ejaculação precoce e ejaculação retardada (o álcool pode, de facto, acelerar ou retardar a ejaculação). [29] Isto significa que o álcool e o sexo não combinam tão bem quanto muitos pensam. Para os homens, o álcool pode ter efeitos negativos na sexualidade, tanto a curto como a longo prazo. As mudanças hormonais que o consumo crónico de álcool causa podem levar a um desejo sexual mais reduzido e dificuldades em obter e manter uma ereção.
Vamos definir o termo "uso crónico de álcool": de acordo com o Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA), o uso crónico de álcool é definido como o consumo regular de álcool em quantidades que excedem as diretrizes recomendadas. No caso específico dos homens, isto significa consumir mais de 14 bebidas por semana ou mais de 4 bebidas por dia. [27] Uma "bebida" é definida como uma cerveja pequena (345 ml), um copo de vinho (150 ml) ou uma "dose" (45 ml) de bebidas espirituosas com 80% de teor alcoólico.
Homens que bebem muito correm um maior risco de ficarem impotentes, e é esta a razão.
Como pode o álcool causar impotência?
Não é um mito que o álcool causa impotência masculina, mas sim um facto. O álcool causa impotência, entre inúmeros outros problemas de saúde. Com toda a complexidade dos efeitos do álcool na potência, pode ser feita uma distinção entre consequências do álcool a longo prazo e a curto prazo.
Efeitos a curto prazo, em relação ao álcool e à impotência
O álcool pode afetar a potência a curto prazo, especialmente através de alterações no equilíbrio hormonal. Ainda que as bebidas espirituosas possam, inicialmente, aumentar o desejo sexual e criar um cenário para um “sexo com bebida”, em quantidades maiores e com um consumo prolongado, o álcool pode causar impotência. O álcool pode diminuir os níveis de testosterona no corpo e diminuir o fluxo sanguíneo, o que pode levar a um pior desempenho sexual. No entanto, o efeito do álcool na potência pode variar, dependendo da constituição do indivíduo e da quantidade ingerida.
O álcool tem um efeito negativo no equilíbrio hormonal dos homens
O consumo de álcool pode afetar, a curto prazo, os níveis hormonais dos homens, levando ao aumento dos níveis de estrogénio e prolactina e à diminuição dos níveis de testosterona. Estas alterações hormonais podem ter um impacto significativo na função sexual de um homem, incluindo a sua função erétil. Em geral, o álcool pode causar uma variedade de alterações hormonais nos homens, o que pode levar à disfunção sexual, infertilidade, diminuição da massa muscular e outros efeitos negativos para a saúde. [1, 2]
Aumento dos níveis de estrogénio – mau para os homens
O estrogénio é uma hormona que, normalmente, se encontra nas mulheres, mas também está presente nos homens, em menores quantidades. Quando se consome álcool, o fígado é danificado, pelo que o mesmo deixa de conseguir decompor, adequadamente, a hormona sexual feminina estrogénio. Este aumento do estrogénio pode levar a uma série de efeitos negativos. Estes incluem uma diminuição do desejo sexual e dificuldade em obter e manter uma ereção. [3]
Além disso, o álcool promove a conversão de testosterona em estrogénio. Isto acontece, através do aumento da atividade da enzima aromatase, que converte a testosterona em estrogénio. Um aumento do nível de estrogénio pode levar a uma diminuição na produção de testosterona e a uma redução na contagem de espermatozoides.
Testosterona e álcool – vários efeitos negativos
A testosterona é uma hormona que desempenha um papel crucial na função sexual masculina. O consumo de álcool também pode inibir, diretamente, a produção de testosterona no corpo masculino. Isto ocorre, ao ser inibida a libertação de hormonas do hipotálamo e da hipófise, no cérebro, que, normalmente, estimulam a produção de testosterona nos testículos.
A deficiência de testosterona nos homens pode levar à perda do desejo sexual e à disfunção erétil. Os níveis baixos de testosterona também podem levar à depressão e fadiga, o que pode prejudicar ainda mais a função sexual. [3]
O álcool também pode causar uma diminuição na testosterona, através dos seus efeitos na prolactina, no cortisol e nas células de Leydig.
Embora a prolactina esteja, tipicamente, associada à lactação, ou seja, à produção de leite materno, nas mulheres, ela também está presente nos homens. O consumo de álcool pode aumentar os níveis de prolactina nos homens, o que pode levar a níveis mais baixos de testosterona. A prolactina também impede o reflexo peniano de mediação central, o qual desencadeia ereções.
O cortisol é outra hormona envolvida nos processos de ereção. O cortisol é produzido durante as reações de stress e regula uma variedade de funções no corpo. Níveis elevados de cortisol podem levar a uma diminuição na produção de testosterona e a uma menor libido.
Tendo tudo isto em conta, parece que a testosterona e o álcool, afinal, não são uma boa combinação.
Álcool e sexo: acabam por matar a libido
O álcool pode levar à perda da libido, tanto a curto como a longo prazo. Isto deve-se aos seguintes mecanismos:
- Alterações hormonais: Como mencionado anteriormente, o álcool (consumo agudo e crónico) pode perturbar o equilíbrio hormonal nos nossos corpos, geralmente resultando numa diminuição da testosterona e aumento dos níveis de estrogénio. [1] A testosterona é uma hormona essencial na regulação da libido. A diminuição dos níveis de testosterona pode levar à diminuição do desejo sexual. [4]
- Diminuição do fluxo sanguíneo: o álcool é um vasodilatador, o que significa que dilata os vasos sanguíneos, incluindo os que fornecem sangue aos órgãos genitais. Embora isto possa causar uma sensação temporária de calor e relaxamento, também pode reduzir o fluxo sanguíneo para a área genital, resultando numa diminuição da sensibilidade. [5]
- Depressão do sistema nervoso: O álcool tem um efeito depressivo no sistema nervoso central, ou seja, diminui a capacidade do corpo de responder a estímulos. Isto pode levar à diminuição do desejo sexual. [6] Embora o álcool, em pequenas doses, possa ter um efeito estimulante e excitante em alguns homens (isto depende da dose e frequência de consumo), o consumo crónico de álcool tem um efeito depressivo no sistema nervoso central.
Menos espermatozoides e mais fracos – Será culpa do álcool?
O consumo de álcool pode ter um impacto negativo na fertilidade masculina, incluindo a redução da contagem de espermatozoides e danos na saúde dos espermatozoides:
- Diminuição na contagem de espermatozoides: O álcool pode perturbar o equilíbrio das hormonas no corpo, incluindo o da testosterona, que é crucial para a produção de espermatozoides. Estudos têm demonstrado que os homens que ingerem quantidades excessivas de álcool podem ter a contagem e motilidade de espermatozoides reduzidas, o que pode levar à infertilidade. [7]
- Forma anormal dos espermatozoides: O consumo de álcool também pode levar a anormalidades na forma e estrutura dos espermatozoides. Isto dificulta a fertilização com sucesso, por parte dos espermatozoides, de um óvulo. Isto pode levar à redução da fertilidade e a um aumento do risco de aborto espontâneo.
- Danificação do ADN: Foi relatado que o consumo excessivo de álcool (definido como mais de 4 bebidas por dia ou mais de 14 bebidas por semana, para os homens) afeta, negativamente, a qualidade do sémen, principalmente devido ao desenvolvimento do stress oxidativo, bem como os seus efeitos genotóxicos na regulação hormonal e na integridade do ADN. [26] Estes danos podem levar a um aumento da taxa de mutações genéticas e anormalidades na descendência. [7]
Álcool e impotência: Efeitos a Longo Prazo
Os seguintes efeitos, que podem, indiretamente, levar a problemas de ereção induzidos pelo álcool, são principalmente percetíveis em consumidores crónicos de álcool. As consequências do álcool a longo prazo, na potência, referem-se, principalmente, às suas influências no sistema nervoso, sistema cardiovascular, saúde mental, bem-estar social e relacionamentos.
Como é que o álcool afeta a saúde dos nervos?
O álcool pode ser tóxico para as células nervosas, especialmente quando consumido em demasia, nas quantidades mencionadas acima. Isto pode levar a danos nos nervos, o que pode ter consequências do álcool a longo prazo para o corpo, fazendo com que o álcool cause impotência.
O álcool pode danificar as células nervosas de várias maneiras:
- Em primeiro lugar, pode causar inflamação no cérebro e no sistema nervoso, levando a uma quebra das vias nervosas e prejudicando a comunicação entre as células nervosas. Isto pode levar a sintomas como a perda de coordenação, problemas de memória e problemas de equilíbrio e movimento. [8]
- O álcool também pode danificar as células nervosas, ao aumentar a produção de certos químicos no cérebro, como glutamato e dopamina, que estimulam demasiado as células nervosas e podem fazer com que estas fiquem danificadas ou morram. [9, 10] Com o tempo, estes danos nos nervos podem levar a uma série de consequências a longo prazo, incluindo impotência. Isto ocorre, porque os nervos que controlam a função sexual, incluindo aqueles que controlam as ereções, podem ser danificados pelo álcool. Isto pode levar a uma capacidade reduzida de obter ou manter uma ereção, mesmo quando se toma medicamentos como inibidores da PDE-5. [11]
O álcool causa disfunção erétil, através da debilitação da saúde vascular
As consequências a longo prazo do álcool também incluem os seus efeitos negativos na saúde dos vasos sanguíneos. Estas são algumas formas como o consumo crónico de álcool pode afetar os vasos sanguíneos:
- Diminuição do fluxo sanguíneo: O consumo crónico de álcool pode levar à diminuição do fluxo sanguíneo para as extremidades, como as mãos e os pés. Isto pode levar a sintomas como dormência, formigamento e dor e aumentar o risco de complicações, como infeções e danos nos tecidos.
- Aumento da pressão arterial: O álcool pode aumentar a pressão arterial, especialmente em pessoas que consomem álcool em excesso (conforme definido acima). Isto pode causar tensão nos vasos sanguíneos, por todo o corpo, levando a um aumento do risco de problemas, como doenças cardíacas, AVC e danos nos rins.
- Danos nas paredes dos vasos sanguíneos: O consumo crónico de álcool pode causar danos nas paredes dos vasos sanguíneos, especialmente nos vasos mais pequenos do corpo. Isto torna os vasos mais suscetíveis a ruturas ou bloqueios, o que pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo sangramentos, danos nos órgãos e doença arterial periférica. [12]
- Aumento do risco de aterosclerose: A aterosclerose é uma doença na qual os depósitos de gordura se acumulam nas paredes das artérias, tornando-as mais estreitas e menos flexíveis. Isto pode levar a um aumento do risco de ataques cardíacos, AVC e outros problemas cardiovasculares. O consumo crónico de álcool demonstrou aumentar o risco de desenvolver aterosclerose [13], especialmente em pessoas que consomem álcool em quantidades acima dos níveis recomendados, durante um longo período. [27]
Impacto na saúde mental e psicológica
O consumo crónico de álcool pode ter um impacto negativo na saúde mental e aumentar o risco de depressão, ansiedade e declínio cognitivo. Estes problemas de saúde mental podem contribuir ou exacerbar a impotência, pois podem prejudicar a capacidade do cérebro de controlar a excitação e a função sexual. [14]
A depressão e a ansiedade, por exemplo, podem reduzir a libido e dificultar a excitação sexual. O declínio cognitivo também pode afetar negativamente a função sexual, ao prejudicar a capacidade do cérebro de receber e processar adequadamente os estímulos sexuais. [15]
Álcool e sexo: intimidade e relacionamentos comprometidos
O álcool pode ter diferentes efeitos nos relacionamentos. Beber em demasia pode levar a conflitos entre o casal e a dificuldades emocionais, que podem afetar a comunicação, confiança e intimidade.
A dependência do álcool também pode levar a dificuldades financeiras e outros problemas, que, por sua vez, podem contribuir para o aumento do stress e disfunção erétil psicológica.
Quando um homem se torna impotente, devido ao álcool, isto causa um ciclo vicioso de desastres no relacionamento. Nada disto deve ser considerado um apelo à abstinência absoluta do álcool. Apenas seja moderado e aproveite a vida!
Como reduzir o risco de o álcool causar impotência
Para reduzir os efeitos negativos do álcool na potência e melhorar a ereção, mesmo sem medicação, pode tomar certas medidas. O objetivo é evitar complicações relacionadas com o álcool, na sua vida, e substituir o álcool por prazeres mais saudáveis. Escusado será dizer que, se os problemas de ereção não forem causados pelo álcool, mas por outras causas (estilo de vida, doenças psicológicas, doenças subjacentes, etc.), estes fatores devem ser tratados.
Limitar o consumo de álcool
Em primeiro lugar, é importante limitar o consumo de álcool, se não se abstiver do mesmo por completo. A quantidade ideal é, naturalmente, 0 mililitros, mas, na realidade, isto é, muitas vezes, inatingível. A quantidade de álcool de baixo risco, para homens, varia, dependendo do tipo de álcool, mas, em geral, recomenda-se consumir não mais do que 14 bebidas alcoólicas por semana. Recomenda-se, também, distribuir o consumo de álcool por vários dias e não consumir tudo de uma vez. Uma metanálise concluiu que o consumo leve a moderado de menos de 21 bebidas alcoólicas por semana está associado a um risco reduzido de disfunção erétil. [16]
Dê preferência a tipos de álcool menos nocivos
Em rigor, não existem diferentes tipos de álcool. O etanol é uma substância tóxica, independentemente de como foi destilado. No entanto, quando falamos de diferentes bebidas alcoólicas, existem algumas diferenças, quando consideramos as outras substâncias que as bebidas contêm. Ainda assim, substituir um whiskey com coca-cola por um vodka com sumo de laranja, provavelmente, faria pouca diferença ou nenhuma.
Em relação a inúmeros debates sobre se “cerveja causa impotência masculina”, “vinho causa impotência” ou “conhaque causa impotência”, não há uma resposta definitiva em relação ao tipo de álcool, mas apenas à sua quantidade. E é uma questão de moderação!
Assim, um estudo concluiu que o consumo moderado de cerveja está associado à diminuição da incidência de doenças cardiovasculares e mortalidade geral, entre outros benefícios metabólicos para a saúde. [28] Mas, se consumida cronicamente em quantidades excessivas, a cerveja pode tornar o homem impotente.
Outra das "melhores" bebidas alcoólicas para se consumir é o vinho tinto. O álcool no vinho tinto ainda é prejudicial e causa impotência, mas também contém resveratrol e outros antioxidantes poderosos que podem ser benéficos, tornando este tipo de álcool um pouco "menos" prejudicial à potência. [17]
O álcool que foi destilado ilegalmente ou por destiladores inexperientes representa um risco adicional, porque pode conter metanol, o que pode causar cegueira ou até mesmo a morte.
Movimente o seu corpo
Uma forma de reduzir os efeitos negativos do álcool na potência é melhorar a circulação sanguínea. O consumo de álcool pode levar à contração dos vasos sanguíneos, o que pode contribuir para a hipertensão arterial e outros problemas cardiovasculares. O exercício regular ajuda a melhorar a circulação, o que, por sua vez, pode reduzir o risco de problemas cardiovasculares e melhorar a saúde geral.
O exercício também pode ter efeitos positivos na saúde sexual. O exercício regular ajuda a melhorar a aptidão física geral, o que, geralmente, leva a um melhor desempenho sexual e a um aumento da libido. O exercício também demonstrou melhorar o humor e reduzir o risco de depressão e ansiedade, as quais podem contribuir para problemas sexuais. [18]
Coma de forma saudável
Uma dieta saudável é um fator importante na redução dos efeitos negativos do álcool na ereção. Uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis pode ajudar a reduzir a inflamação no corpo, melhorar a circulação e promover a saúde geral. [19]
No que diz respeito a reduzir os efeitos negativos do álcool na função erétil, são recomendados os seguintes hábitos:
1. Tenha atenção à ingestão de água: O consumo de álcool pode levar à desidratação, o que pode ter um efeito negativo na função sexual. Beber muita água e outros líquidos hidratantes pode ajudar a compensar os efeitos desidratantes do álcool e manter o corpo a funcionar corretamente. Se se esquecer de beber água frequentemente, instale uma aplicação para o lembrar.
2. Limite o consumo de açúcar: Comer grandes quantidades de açúcar pode levar à inflamação e resistência à insulina, o que, por sua vez, pode ter um impacto negativo na função sexual. Limitar o consumo de açúcar e escolher adoçantes mais saudáveis, como o mel ou o xarope de ácer, pode ajudar a reduzir os efeitos negativos do álcool nas ereções. [20]
3. Tenha atenção à sua ingestão de vitamina B1, B12, ácido fólico e zinco:
- A tiamina é um nutriente que desempenha um papel importante na função nervosa e no metabolismo energético. Estudos sugerem que uma deficiência de tiamina está, provavelmente, associada à disfunção erétil, devido aos seus efeitos na saúde vascular e dos nervos. [21]
- A vitamina B12 é importante para a função nervosa, para a produção de glóbulos vermelhos e para a síntese de ADN. [22]
- Ácido fólico: O ácido fólico (também conhecido como folato) é importante para a síntese de ADN e para o crescimento celular. Estudos mostraram que a deficiência de ácido fólico está, provavelmente, associada ao risco de disfunção erétil, devido aos seus efeitos no sistema circulatório. [23]
- Zinco: O zinco é um mineral essencial que desempenha um papel em muitas funções corporais, incluindo a função imunológica, a cicatrização de feridas e a síntese de ADN. O zinco também desempenha um papel na produção de testosterona, que é importante para a saúde sexual. [24]
A impotência causada pelo álcool é reversível?
Nos casos em que é o álcool que causa impotência, pode ser reversível, se o consumo de álcool subjacente for corrigido.
Foi feito um estudo para investigar o efeito da abstenção de álcool, na disfunção erétil relacionada com o álcool, e que fatores levam a uma melhoria na função erétil, após a cessação do álcool. O estudo recrutou 104 homens com problemas relacionados com o álcool e impotência. Após três meses de abstinência de álcool, verificou-se que 88,5% dos participantes tinham melhorado a função erétil. O estudo concluiu que a idade, a doença hepática alcoólica, a duração total do consumo de álcool e o número de bebidas normais por dia influenciam a melhoria da disfunção sexual, após três meses de abstinência. No entanto, o período de acompanhamento do estudo foi relativamente curto, portanto, não sabemos se esse efeito positivo se manteve. [25]
Conclusão
O consumo crónico e excessivo de álcool promove a inflamação, perturba o equilíbrio hormonal e afeta o sistema cardiovascular, através de vários mecanismos. Também afeta a saúde mental. Todos estes distúrbios podem desencadear ou exacerbar a disfunção erétil causada pelo álcool. Beber em excesso também pode causar problemas de ereção em jovens. A cerveja causa disfunção erétil, se consumida em excesso, mesmo se for de boa qualidade ou mais leve. Embora a abstinência seja o melhor comportamento, quem gosta de beber álcool também pode reduzir os seus efeitos na potência, ao escolher bebidas alcoólicas "mais saudáveis", como o vinho tinto, ao limitar o seu consumo, ao fazer exercício regularmente e ao ter uma dieta ideal e equilibrada.
Referências
-
A.A. Oremosu, E.N. Akang. Impact of alcohol on male reproductive hormones, oxidative stress and semen parameters in Sprague–Dawley rats, Middle East Fertility Society Journal, Volume 20, Issue 2, 2015, Pages 114-118, ISSN 1110-5690, https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1110569014000661.
-
Li N, Shi X, Fu S, Zhu F, Yang S. Chronic alcohol administration increases serum prolactin level and pituitary cell proliferation, and alters hypothalamus neurotransmitters in rat. Neuro Endocrinol Lett. 2011;32(2):170-5. PMID: 21552201. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21552201/.
-
Emanuele MA, Emanuele NV. Alcohol's effects on male reproduction. Alcohol Health Res World. 1998;22(3):195-201. PMID: 15706796; PMCID: PMC6761906. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6761906/.
-
Travison TG, Morley JE, Araujo AB, O'Donnell AB, McKinlay JB. The relationship between libido and testosterone levels in aging men. J Clin Endocrinol Metab. 2006 Jul;91(7):2509-13. doi: 10.1210/jc.2005-2508. Epub 2006 May 2. PMID: 16670164. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16670164/.
-
Nascimento ER, Maia AC, Pereira V, Soares-Filho G, Nardi AE, Silva AC. Sexual dysfunction and cardiovascular diseases: a systematic review of prevalence. Clinics (Sao Paulo). 2013 Nov;68(11):1462-8. doi: 10.6061/clinics/2013(11)13. PMID: 24270960; PMCID: PMC3812559. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3812559/.
-
Costardi JV, Nampo RA, Silva GL, Ribeiro MA, Stella HJ, Stella MB, Malheiros SV. A review on alcohol: from the central action mechanism to chemical dependency. Rev Assoc Med Bras (1992). 2015 Aug;61(4):381-7. doi: 10.1590/1806-9282.61.04.381. PMID: 26466222. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26466222.
-
Ricci E, Al Beitawi S, Cipriani S, Candiani M, Chiaffarino F, Viganò P, Noli S, Parazzini F. Semen quality and alcohol intake: a systematic review and meta-analysis. Reprod Biomed Online. 2017 Jan;34(1):38-47. doi: 10.1016/j.rbmo.2016.09.012. Epub 2016 Oct 18. PMID: 28029592. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28029592/.
-
Wang HJ, Zakhari S, Jung MK. Alcohol, inflammation, and gut-liver-brain interactions in tissue damage and disease development. World J Gastroenterol. 2010 Mar 21;16(11):1304-13. doi: 10.3748/wjg.v16.i11.1304. PMID: 20238396; PMCID: PMC2842521. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2842521.
-
Rao PS, Bell RL, Engleman EA, Sari Y. Targeting glutamate uptake to treat alcohol use disorders. Front Neurosci. 2015 Apr 23;9:144. doi: 10.3389/fnins.2015.00144. PMID: 25954150; PMCID: PMC4407613. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4407613/.
-
Di Chiara G. Alcohol and dopamine. Alcohol Health Res World. 1997;21(2):108-14. PMID: 15704345; PMCID: PMC6826820. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15704345.
-
Julian T, Glascow N, Syeed R, Zis P. Alcohol-related peripheral neuropathy: a systematic review and meta-analysis. J Neurol. 2019 Dec;266(12):2907-2919. doi: 10.1007/s00415-018-9123-1. Epub 2018 Nov 22. PMID: 30467601; PMCID: PMC6851213. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6851213.
-
Piano MR. Alcohol's Effects on the Cardiovascular System. Alcohol Res. 2017;38(2):219-241. PMID: 28988575; PMCID: PMC5513687. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5513687/.
-
daLuz PL, Coimbra SR. Alcohol and atherosclerosis. An Acad Bras Cienc. 2001 Mar;73(1):51-5. doi: 10.1590/s0001-37652001000100006. PMID: 11246269. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11246269/.
-
Li J, Wang H, Li M, Shen Q, Li X, Zhang Y, Peng J, Rong X, Peng Y. Effect of alcohol use disorders and alcohol intake on the risk of subsequent depressive symptoms: a systematic review and meta-analysis of cohort studies. Addiction. 2020 Jul;115(7):1224-1243. doi: 10.1111/add.14935. Epub 2020 Jan 16. PMID: 31837230. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31837230/.
-
Rajkumar RP, Kumaran AK. Depression and anxiety in men with sexual dysfunction: a retrospective study. Compr Psychiatry. 2015 Jul;60:114-8. doi: 10.1016/j.comppsych.2015.03.001. Epub 2015 Mar 19. PMID: 25818906. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25818906/.
-
Wang XM, Bai YJ, Yang YB, Li JH, Tang Y, Han P. Alcohol intake and risk of erectile dysfunction: a dose-response meta-analysis of observational studies. Int J Impot Res. 2018 Nov;30(6):342-351. doi: 10.1038/s41443-018-0022-x. Epub 2018 Sep 19. PMID: 30232467. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30232467.
-
Snopek L, Mlcek J, Sochorova L, Baron M, Hlavacova I, Jurikova T, Kizek R, Sedlackova E, Sochor J. Contribution of Red Wine Consumption to Human Health Protection. Molecules. 2018 Jul 11;23(7):1684. doi: 10.3390/molecules23071684. PMID: 29997312; PMCID: PMC6099584. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6099584.
-
Silva AB, Sousa N, Azevedo LF, Martins C. Physical activity and exercise for erectile dysfunction: systematic review and meta-analysis. Br J Sports Med. 2017 Oct;51(19):1419-1424. doi: 10.1136/bjsports-2016-096418. Epub 2016 Oct 5. PMID: 27707739. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27707739.
-
Stromsnes K, Correas AG, Lehmann J, Gambini J, Olaso-Gonzalez G. Anti-Inflammatory Properties of Diet: Role in Healthy Aging. Biomedicines. 2021 Jul 30;9(8):922. doi: 10.3390/biomedicines9080922. PMID: 34440125; PMCID: PMC8389628. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8389628.
-
Ma X, Nan F, Liang H, Shu P, Fan X, Song X, Hou Y, Zhang D. Excessive intake of sugar: An accomplice of inflammation. Front Immunol. 2022 Aug 31;13:988481. doi: 10.3389/fimmu.2022.988481. PMID: 36119103; PMCID: PMC9471313. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36119103.
-
Wiley KD, Gupta M. Vitamin B1 Thiamine Deficiency. 2022 Jul 22. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan–. PMID: 30725889. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30725889.
-
Lu Z, Mo Z. AB156. Homocysteine and vitamin B12: risk factors for erectile dysfunction. Transl Androl Urol. 2014 Sep;3(Suppl 1):AB156. doi: 10.3978/j.issn.2223-4683.2014.s156. PMCID: PMC4708453. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4708453/.
-
Xu J, Wang C, Zhang X, Ouyang J, Zhang J. Serum folic acid levels and erectile dysfunction: A meta-analysis and systematic review. Andrologia. 2021 May;53(4):e14003. doi: 10.1111/and.14003. Epub 2021 Feb 7. PMID: 33550658. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33550658/
-
Prasad AS, Mantzoros CS, Beck FW, Hess JW, Brewer GJ. Zinc status and serum testosterone levels of healthy adults. Nutrition. 1996 May;12(5):344-8. doi: 10.1016/s0899-9007(96)80058-x. PMID: 8875519. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8875519.
-
Karunakaran A, Michael JP. The Impact of Abstinence From Alcohol on Erectile Dysfunction: A Prospective Follow up in Patients With Alcohol Use Disorder. J Sex Med. 2022 Apr;19(4):581-589. doi: 10.1016/j.jsxm.2022.01.517. Epub 2022 Feb 27. PMID: 35236641. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35236641/.
-
Finelli R, Mottola F, Agarwal A. Impact of Alcohol Consumption on Male Fertility Potential: A Narrative Review. Int J Environ Res Public Health. 2021 Dec 29;19(1):328. doi: 10.3390/ijerph19010328. PMID: 35010587; PMCID: PMC8751073. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8751073/.
-
National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism. Drinking Levels Defined. https://www.niaaa.nih.gov/alcohol-health/overview-alcohol-consumption/moderate-binge-drinking.
-
Marcos A, Serra-Majem L, Pérez-Jiménez F, Pascual V, Tinahones FJ, Estruch R. Moderate Consumption of Beer and Its Effects on Cardiovascular and Metabolic Health: An Updated Review of Recent Scientific Evidence. Nutrients. 2021 Mar 9;13(3):879. doi: 10.3390/nu13030879. PMID: 33803089; PMCID: PMC8001413. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8001413/
-
Pendharkar S, Mattoo SK, Grover S. Sexual dysfunctions in alcohol-dependent men: A study from north India. Indian J Med Res. 2016;144(3):393-399. doi:10.4103/0971-5916.198681. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5320845/